quinta-feira, 2 de julho de 2009

Onde deixar o bebê?

Hoje, almoçando com amigos, o assunto na mesa girou em torno das maneiras de deixar o filhote para trabalhar. Uma das presentes, também mãe, contava de sua experiência com a creche da USP, onde seu filho de um ano e dois meses está matriculado. Mal saiu do período de adaptação e a creche entrou em greve. Mas antes disso esta mãe confessou que ficou bastante mal impressionada com a instituição, que para ela pareceu um depósito de bebês. Nenhuma atividade é destinada a eles e, segundo ela, pouca atenção lhes é dada. Apenas se chorarem...

Lembrei de outra amiga que conseguiu no começo do ano vaga para a filha, que tem a mesma idade, numa creche municipal. Logo de cara ela estranhou o cardápio, com frutas apenas duas vezes por semana e sobremesas cheias de açúcar, como arroz doce. Para evitar que a filha comesse guloseimas, antes de ter condições para isso, teve de obter um atestado médico. E, assim, a menina passou a comer bolacha de água e sal enquanto os outros se lambuzam com os inocentes
docinhos... Outro problema da tal creche é a ausência de espaço onde tomar sol. Desde que foi matriculada a menina já teve várias doenças e, por conta disso, ficou três meses sem ganhar peso. Até que o pai perdeu o emprego e passou a cuidar da filha.

O fato de eu ter uma bolsa de doutorado, não ter trabalho fixo e o pai ser profissional liberal e poder definir seus horários nos permite ter o privilégio de cuidarmos, nós mesmos, da O. No entanto, quando o doutorado (e a bolsa) terminarem, terei de encontrar outra forma de remuneração. E então, o que faremos com a O.?

Esta dúvida tem me angustiado bastante. Os pediatras acreditam ser melhor para o bebê evitar frequentar escolinhas e creches até os dois anos de idade, quando o sistema imunológico da criança está mais maduro para defendê-la das doenças e ela é capaz de interagir com as outras crianças. A alternativa seria uma babá? Não gosto da idéia de um estranho cuidar de minha filha, no papel que deveria ser meu e do pai. Não é por ciúme não. O fato é que criança dá trabalho e acho muito difícil que uma pessoa cuide bem de um bebê, varie a alimentação, evite televisão e não perca a paciência. Pode até ser que haja profissionais capacitados para isso, mas acredito que eu não poderia pagar o que merecem. E, mesmo que pudesse, acho importante que essa pessoa seja supervisionada por alguém da família, só que não temos ninguém por perto para tal finalidade...

Mas a hora de me separar da O. vai chegar, mais dia menos dia, e teremos de encontrar alguma solução. Qualquer escolha tem prós e contras, portanto teremos de refletir muito sobre o impacto de cada uma no desenvolvimento da nossa filha. Tarefa bem dura essa...

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